O anúncio, em
meados do mês de julho, do fim da circulação impressa do Jornal do Brasil provocou
certo sentimento de frustração na esquerda brasileira. Primeiro por que o JB
era historicamente comprometido com essa tendência, muito embora tente defender
(como fazem todos os jornais) que praticava um jornalismo isento. Como se sabe,
não existe discurso (sobretudo no jornalismo) isento de uma posição política.
Segundo por que se esperava que este importante veículo recuperasse seu ímpeto,
há muito abalado, de ser um espaço de manifestação de indivíduos realmente
comprometidos com o país, como é o caso de figuras notáveis da intelectualidade
brasileira como Emir Sader e Leonardo Boff.
A trajetória do
JB, que completara 119 anos no dia 9 de abril deste ano, está recheada de
histórias que se confundem com a própria história do nosso país. A edição do
dia 14 de dezembro de 1968, por exemplo, trouxe, como forma de proteste a
opressão do Regime Militar, estabelecido no Brasil desde 1964, dois pequenos
retângulos na parte superior da primeira página em que se lia: “Ontem foi dia
dos cegos” e “Tempo escuro. Temperatura sufocante. O ar está irrespirável
[...]”. No dia seguinte o diretor do jornal, José Sette Câmara seria preso o
que provocaria a suspensão da circulação do diário, até que o diretor fosse
solto. A estratégia surgiu efeito e na manhã do domingo (15/12/1968) Sette
Câmara foi libertado.
O jornal
continua a existir em formato eletrônico, contudo não se pode esperar deste
veículo o mesmo comprometimento com o país que tivera outrora. Isso por que o que
se tem verificado é um alinhamento da mídia nacional (incluindo este JB que ai
está) com interesses meramente mercadológicos. O que se pode fazer? Lamentar!
OLÁ CHICO DE PAULA,
ResponderExcluirA MORTE DO JB IMPRESSO É A CARA DO BRASIL!
NÓS ESTAREMOS VIVOS PARA VER, CICULANDO UM SÓ JORNAL NESTE PÁIS, E UM SÓ CADEIA DE RADIO E TELEVISÃO.
PESSIMISMO?
ESPERO, ESTAR ERRADO!!!
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