sábado, 31 de julho de 2010

Aqui jaz um grande jornal: o fim do Jornal do Brasil



O anúncio, em meados do mês de julho, do fim da circulação impressa do Jornal do Brasil provocou certo sentimento de frustração na esquerda brasileira. Primeiro por que o JB era historicamente comprometido com essa tendência, muito embora tente defender (como fazem todos os jornais) que praticava um jornalismo isento. Como se sabe, não existe discurso (sobretudo no jornalismo) isento de uma posição política. Segundo por que se esperava que este importante veículo recuperasse seu ímpeto, há muito abalado, de ser um espaço de manifestação de indivíduos realmente comprometidos com o país, como é o caso de figuras notáveis da intelectualidade brasileira como Emir Sader e Leonardo Boff.
De minha parte, particularmente, tenho uma lembrança bastante marcante deste jornal por dois motivos: primeiro que este foi para mim uma das fontes de informação diárias mais consistentes e confiáveis durante muitos anos; segundo por que dentre as impressões que guardo de minha chegada ao Rio no início de 1999, está a imponência do prédio da antiga sede do JB na Avenida Brasil, o qual, segundo se especula, está associado a derrocada financeira do jornal.
A trajetória do JB, que completara 119 anos no dia 9 de abril deste ano, está recheada de histórias que se confundem com a própria história do nosso país. A edição do dia 14 de dezembro de 1968, por exemplo, trouxe, como forma de proteste a opressão do Regime Militar, estabelecido no Brasil desde 1964, dois pequenos retângulos na parte superior da primeira página em que se lia: “Ontem foi dia dos cegos” e “Tempo escuro. Temperatura sufocante. O ar está irrespirável [...]”. No dia seguinte o diretor do jornal, José Sette Câmara seria preso o que provocaria a suspensão da circulação do diário, até que o diretor fosse solto. A estratégia surgiu efeito e na manhã do domingo (15/12/1968) Sette Câmara foi libertado.
O jornal continua a existir em formato eletrônico, contudo não se pode esperar deste veículo o mesmo comprometimento com o país que tivera outrora. Isso por que o que se tem verificado é um alinhamento da mídia nacional (incluindo este JB que ai está) com interesses meramente mercadológicos. O que se pode fazer? Lamentar!         

Um comentário:

  1. OLÁ CHICO DE PAULA,

    A MORTE DO JB IMPRESSO É A CARA DO BRASIL!

    NÓS ESTAREMOS VIVOS PARA VER, CICULANDO UM SÓ JORNAL NESTE PÁIS, E UM SÓ CADEIA DE RADIO E TELEVISÃO.

    PESSIMISMO?

    ESPERO, ESTAR ERRADO!!!

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