sábado, 27 de novembro de 2010

A guerra no Rio e as perguntas que não querem calar



Assistindo ontem a entrevista de um desses especialistas em segurança de plantão, ouvi desse, ao ser indagado qual a origem das armas que estão nas mãos dos marginais que estão sendo combatidos pela polícia do Rio nos últimos acontecimentos que tomaram conta do noticiário nacional, que estas vêm de várias partes do mundo. Frente à resposta dada pelo “especialista”, perguntei a mim mesmo: ele não entendeu a pergunta ou se fez de desentendido? É claro que se fez de desentendido! Isso porque há em toda essa história várias perguntas que não podem ou não devem ser respondidas. Abaixo listo algumas perguntas "inconvenientes" elaboradas por um internauta no Facebook:
1 – Se, após perder território, o tráfico está paralisando o estado, o que aconteceria se fossem tirados territórios das milícias – o verdadeiro crime organizado?
2 – Quanto a Globo já lucrou com os últimos acontecimentos? Por quanto ela vendeu 1 minuto de imagens para as agências internacionais? Quanto lucrou a Taurus e outras indústrias armamentistas? Até onde a violência urbana carioca é um negócio lucrativo que não pode acabar?
3 – A solução é UPP? Atualmente, as UPPs estão em 2% das favelas cariocas – na maioria pequenas – e consomem 1,5% dos efetivos policiais. Se as UPPs fossem levadas a todas as comunidades exigiria mais de 100% do efetivo policial hoje existente, e que também tem como atribuição cobrir o restante do estado do Rio.
4 – Por que as UPPs começaram pela Zona Sul e Maracanã e não pelas áreas onde os índices de criminalidade são mais elevados?
5 – Por que nenhuma UPP foi instalada em área de milícia?
6 – Por que todo mundo sabe como morreu o filho de Ciça Guimarães, e ninguém sabe como morreu Rosângela Barbosa de 14 anos?
7 – Se a maconha e outras drogas já fazem parte dos processos culturais da sociedade brasileira, e é irreal pensar no fim do consumo, porque a legalização não está em debate?
8 – Parte da classe média carioca pede o extermínio da população favelada. Essas mesmas pessoas seriam capazes de viver um dia sem os serviços prestados por essa população? Lavariam suas próprias roupas intimas; fariam sua própria comida…?
(*) Perguntas feitas via Facebook por Eduardo Albergaria.

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