quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

As armadilhas do jornalismo




Não há como cobrar dos profissionais da imprensa conhecimento aprofundado sobre as diversas temáticas abordadas no cotidiano jornalístico. Como se sabe, a profissão de Jornalista requer de seus profissionais uma gama de informações que perpassa em muito a formação oferecida pelas instituições de ensino superior, sobretudo se se considerar que os currículos têm se tornados cada vez mais pragmáticos, de modo a atender as exigências do mercado. Para além dessa constatação, a de se considerar que deve haver um mínimo de polidez no levantamento das informações colhidas por esses indivíduos e que serão veiculadas no noticiário. 
Com relação à abordagem sobre o Direito é comum se encontrar notícias que não só não garantem precisão da informação, como também distorcem por completo o que está sendo noticiado. Essa semana (07/12), por exemplo, o Jornal da Globo veiculou uma matéria intitulada “Senado aprova projeto que muda Código Penal Brasileiro”. Tratava-se de um link ao vivo direto de Brasília em que o apresentador Willian Wack falava com a repórter Marina Franceschini, a qual informava que o projeto, contendo mais de setecentos artigos, havia sido aprovado de formada simbólica, uma vez que havia, segundo a jornalista, menos de dez parlamentares no plenário na hora da votação. À intervenção ao vivo seguiu-se uma apresentação (ao que tudo indica gravada) que mostrava as principais mudanças no dispositivo legal.
Na verdade a informação se referia às mudanças aprovadas no Senado sobre o Código de Processo Penal e não sobre o Código Penal, como informava o jornal. O projeto, que teve como relator o senador Renato Casagrande do PSB capixaba, tem como objetivo acelerar o trâmite dos processos judiciais na área penal e já está sendo chamado de “Novo Código de Processo Penal”, em virtude das amplas mudanças acertadas no documento.
Voltamos a insistir na ideia de que não é possível aos profissionais do jornalismo dar conta da variedade de dados das diferentes temáticas desenvolvidas no seu afazer. Entretanto, o que cidadão espera é um mínimo de precisão no que está sendo difundido. Afinal de contas é dessa informação que será forjada uma opinião sobre o que está sendo posto, nesse caso a ideia sobre o Direito e, principalmente, a ideia sobre os direitos.    

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