sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Aqui jaz (mais) um inocente



Há algumas semanas publiquei uma postagem intitulada “EUA: a ‘democracia’ que manda fuzilar homens em pleno século 21. O artigo se referia ao fuzilamento de Ronnie Lee Gardner, um homem de 49, que, em 1985, matou o advogado Michael Burdell em uma fracassada tentativa de fuga.
Na ocasião aproveitei a abominável notícia para criticar a pena capital, cujo ícone máximo é os EUA, país que se diz o símbolo da democracia no mundo.
Pois bem, a prática nefasta fez mais um inocente, corroborando o que se anuncia há tempos: a pena de morte não serve nem de longe para conter o problema da criminalidade no mundo!
O caso ao qual estou me referindo, ganhou o noticiário do mundo nesta sexta-feira (17/09). Trata-se do americano Larry Ruffin que tinha sido condenado, juntamente com outros dois acusados, à prisão perpétua pelo estupro e morte de Eva Gail Patterson em 1979, em Forrest County, Mississippi. Um exame de DNA inocentou os acusados do estupro que ocorreu há 30 anos nos Estados Unidos.
Muito embora não tenha havido uma execução, é como se tivesse. Isso porque, Larry Ruffin morreu na prisão em 2002 de ataque cardíaco.
Juntamente com Ruffin, outros dois acusados também tinham sido condenados à prisão perpétua pelo estupro e morte de Eva Gail Patterson.
Antes de morrer, Ruffin afirmava ser inocente e disse ter confessado o crime sob coerção física e psicológica. Na ocasião, os outros dois suspeitos se declararam culpados, para evitar a pena de morte.
De acordo com o G1, em julho deste ano, uma organização que luta pelo direito de prisioneiros detidos erroneamente - Innoncence Project New Orleans - obteve uma mostra do DNA do sêmen do assassino, retirado do corpo da vítima.
Descobriu-se que este era incompatível com o DNA dos condenados. E uma comparação com um banco de dados do FBI resultou na identificação do verdadeiro culpado, um outro suspeito detido pelo estupro e assassinato de outra mulher, na mesma região, dois anos depois da morte de Eva Gail Patterson.
Bivens e Ray Dixon foram soltos. Bivens foi inocentado por um juiz, na quinta-feira e solto em seguida.
Ray Dixon foi solto três semanas atrás, depois de ter desenvolvido um câncer de pulmão que se espalhou para o cérebro.
Os três foram condenados com base apenas em seus depoimentos. De acordo com o Innocence Project, os depoimentos tinham falhas e eram contraditórios em vários pontos.
Segundo o site, a única testemunha do crime, o filho da vítima, na época com 4 anos, Luke, disse consistentemente à polícia que a mãe dele havia sido morta por um "único homem".
A Justiça ainda não inocentou Ruffin formalmente, o que deve ocorrer nas próximas semanas.
Este caso não é o primeiro, mas espero sinceramente que seja o último, muito embora eu não acredite nisso.
E você, amigo leito, o que acha?

Nenhum comentário:

Postar um comentário