O que faz com
que se coloque no mesmo saco das aberrações da política brasileira figuras como
Tiririca, Clodovil e Romário não é o fato de suas condições de vultos
midiáticas os terem empurrado para uma eleição expressiva em termos de voto,
mas o fato destes indivíduos não carregarem em seus históricos de vida qualquer
comprometimento com a causa política.
Vejamos, por
exemplo, o caso de Romário. Este, como todos sabem, é um apaixonado por futebol
ao ponto de estender sua carreira vitoriosa até os quarenta anos de idade de
modo a desfrutar o máximo possível de sua grande paixão. Não obstante a essa
idolatria pelo esporte mais amado pelos brasileiros, Romário por vezes afirmou
não gostar dos treinos. Se pudesse, segundo ele, só apareceria na hora do jogo.
Considerando o
fato de que mesmo em virtude de sua grande paixão, Romário rechaçava a parte
mais dura de sua profissão (no caso, os treinos), vale perguntar qual será o
seu nível de dedicação às atividades parlamentares. Acredito que o amigo leitor
lembra bem das imagens do então deputado Clodovil Hernandes cochilando no
plenário da Câmara num dia de discussões acaloradas, tão grande era se
interesse por tudo aquilo. Terá Romário disposição semelhante? E Tiririca? O
que esperar de um indivíduo que se elegeu com votos de protesto? (votos de
protesto sim! Ou alguém acha que existiu na eleição desta figura qualquer
convicção política?).
Terço estas
breves linhas para tratar de questão tão importante, pois é na mão destas
pessoas que está o nosso futuro. Sei que o fato de alguém ser ou não
historicamente da política não garante uma boa atuação e principalmente não
garante sua honestidade. Contudo, há de se desconfiar daqueles que ingressam na
política partidária parecendo se valer da condição de imunidade que o cargo
garante para encobrir situações escusas.
Não posso deixar
de lamentar estes episódios lamentáveis. Entretanto, vale ressaltar a votação
esmagadora no Rio de duas figuras queridas, honestas e atuantes como Marcelo
Freixo (reeleito deputado estadual pelo PSOL com 177.253 votos) e Chico Alencar (reeleito deputado federal pelo
PSOL com 240.724 votos).
Olhando deste ângulo pode-se afirmar que ainda há esperança na política
brasileira. Quanto aos eleitores daquelas aberrações que nos referimos no
início desta postagem vale dizer: digas
em quem votou que te direi o futuro triste que te aguarda!.
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