terça-feira, 19 de outubro de 2010

Para além de nossas divergências políticas



Mesmo considerando o fato de que o governo Lula não representou de fato uma mudança significativa na estrutura social brasileira, como este se propunha a fazer, não dá para ficarmos de braços cruzados diante da crescente onda conservadora encabeçada por Serra. O próprio PSOL que, para além do fato de ser oposição de esquerda em caso de vitória do Tucano ou da Petista Dilma, mostrou preocupação com os últimos acontecimentos.
Em Resolução da Executiva Nacional publicada em seu site, o Partido Socialismo e Liberdade informa que “se preocupa com a crescente pauta conservadora introduzida pela aliança PSDB-DEM, querendo reduzir o debate a temas religiosos e falsos moralismos, bloqueando assim os grandes temas de interesse do país”. Em outro trecho o documento afirma de forma clara que “neste segundo turno, mantemos firme a oposição frontal à candidatura Serra, declarando unitariamente “NENHUM VOTO EM SERRA”, por considerarmos que ele representa o retrocesso a uma ofensiva neoliberal, de direita e conservadora no País”.  O documento finaliza apontando duas opções para os militantes: voto crítico em Dilma ou voto nulo. De forma semelhante se manifestou a Executiva Estadual do RJ do partido.
Eu particularmente, observando os desdobramentos dos fotos recentes, com guinada da campanha para temas que pouco acrescentam, considero equivocado desperdiçar o voto anulando-o, pois no fundo este representa um voto na direita. Sendo assim, me manifesto em favor do 13 Dilma para além de nossas divergências políticas. E você, amigo leitor, como vai votar?

Um comentário:

  1. Meu caro, o governo Lula não poderia mesmo mudar o país em oito anos, mas fez muito. Fez, sem sombra de dúvidas, por todos os outros governos. É claro que há falhas em qualquer governo. os problemas do país assumem a mesma dimensão do tamanho físico dele. Mas muito se fez pela cultura e pela educação nos ultimos oito anos. Muito se investiu num sistema mais transparente de fiscalização dos projetos. Prova disso é que o governo colocou à disposição (on line) praticamente uma prestação de conta de todos os recursos destinados aos estados e municípios. É possível acompanhar isso. Mas, o mais interessante disso tudo é que, enquanto os governos neoliberais se rendiam ao imperialismo capitalista e rejeitavam qualquer política pública voltada para os pobres, Lula conseguiu governar realmente para todos. Não tenho dúvida: o modelo do Serra é retrógrado (até o jeito de fazer campanha é terrorista) e o modelo Dilma é nacionalista mesmo. Não à toa temos aí envolvidos nessa campanha o Boff, um Niemayer, o Chico Buarque e tantos outros intelectuais. Tenho medo do que o PSDB possa fazer com o país, caso ganhe. Tenho medo porque com uma campanha tão escrota dessa, com apoio velado de bispos conservadores, com temas polêmicos para desviar o foco; com tudo isso, imagino o que seria o país novamente nas mãos desses crápulas.

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